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Síntese cronológica da vida de Antônio e Marcos Cavanis

Os Cavanis e seus tempos: Apresentação histórico-ambiental e "A fonte de onde brotou grande riqueza de águas fecundadoras"
Na foto a imagem dos irmãos criada a partir da "máscara mortuária" dos mesmos. Antônio e Marcos Cavanis nasceram respectivamente em 1772 e 1774 e morreram em 1858 (Antônio com 86 anos) e 1853 (Marcos com quase 80 anos).
Na foto a imagem dos irmãos criada a partir da "máscara mortuária" dos mesmos. Antônio e Marcos Cavanis nasceram respectivamente em 1772 e 1774 e morreram em 1858 (Antônio com 86 anos) e 1853 (Marcos com quase 80 anos).

Os Servos de Deus pe. Antônio e pe. Marcos Cavanis, pertenciam a uma família nobre da categoria dos secretários da República Vêneta (cidade de Veneza-Itália), a classe social mais perto da aristocracia. 

Nasceram respectivamente em 1772 e 1774 e morreram a distância de quase cinco anos um do outro: o pe. Antônio em 1858 e o pe. Marcos em 1853. A longa vida deles então se desenvolveu numa época difícil e atormentada por grandes perturbações políticas. 

A revolução francesa (1789) e junto a esse período a era “napoleônica” (1796-1812), onde Veneza foi tomada e houve a queda de sua república aristrocrática (12.05.1797) com as desastrosas conseqüências que derivaram para toda a sua população; posteriormente, a queda de Napoleão (1814-1815) e a restauração do domínio Lombardo-Vêneto (1814) e enfim, a revolução de 1848 seguida pelo retorno do poder austríaco. 

Os tempos em que foram meninos e adolescentes os dois irmãos viveram num período cultural caracterizado pelo iluminismo racionalista e religiosamente agnóstico que tinha desembocado na revolução francesa. Inutilmente a censura da sereníssima (como era conhecida Veneza) vigiava sobre as novas doutrinas que perturbavam a ordem pública. Na clandestinidade elas seguiam conquistando numerosas mentes não só na classe média, mas também entre os patrícios. 
 

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Mas não eram só estes os males de que sofria a cidade. A decadência moral tinha-se difundido em toda classe, ricos e patrícios, assim como entre o povo que em grande medida dava-se ao jogo, ao vinho à licenciosidade. O desejo ardente dos divertimentos tinha apanhado mais ou menos toda a população de Veneza e continuou também depois da queda da República, quando guerras e misérias recentes, vividas pela população, deveriam ter imposto outra postura de vida.

Neste contexto de uma sociedade moralmente enfraquecida os irmãos Cavanis viveram sua infância e adolescência e é para admirar então que, apesar disso, fossem substanciadas de verdadeira vida cristã, de autêntico amor para com Deus e decidido empenho de pureza. 

O mérito vai certamente, além do que a sua fiel correspondência, à ótima educação recebida pelos pais, o conde Giovanni e a n.d. Cristina Pasqualigo Basadonna, ambos dotados de particular sensibilidade cristã e pedagógica. O conde Giovanni, secretário vêneto, havia tido sua formação num ambiente dominicano e foi um cristão íntegro e ativo que com seus exemplos e ensinos influiu de maneira decisiva no ânimo dos filhos. (Pos., Doc. II, pp. 20-23, 28-31). 

A mãe, ao invés, foi uma mulher inculta, mas foi mulher sábia e virtuosa como afirmam concordemente os que a conheceram. É singular o costume que ela tinha, junto com o marido, de abençoar seus filhos. O pe. Marcos se sabe que continuou pedindo sua bênção também quando sacerdote até depois de 50 anos! (Doc. XIV, p. 567-568). 

Conteúdo extraído do livro: Carisma e Espiritualidade dos Veneráveis irmãos Antônio e Marcos Cavanis – Documentação da Causa de Beatificação dos Fundadores.

“A fonte de onde brotou grande riqueza de águas fecundadoras”

A queda da República Vêneta teve conseqüências desastrosas: no prazo de cerca de nove anos se revezaram quatro governos; a cidade se tornou terra de conquista por parte de Napoleão; foi depredada, despojada de suas fontes de vida: seus comércios se contraíram pavorosamente; o trabalho minguou, o dinheiro começou faltar. Quem padeceu às conseqüências mais pesadas, foi o povo e a juventude. 

Neste contexto de miséria e de aviltamento começa e enxertar-se a obra dos Servos de Deus. Começaram no final de 1797, com uma pequena escola em casa para alguns jovens que o pe. Antônio, sacerdote desde 1795, instruía gratuitamente e o pe. Marcos, ainda leigo, alegrava com divertidas atividades recreativas. (Pos., Doc. IV, p. 122; Doc. XVI, pp. 692-693). 

Este “pequeno ato de caridade”, como comentou depois o pe. Marcos “foi a tênue fonte de onde brotou grande riqueza de águas fecundadoras”. (Doc. XVI, p. 693). 

Em maio de 1802, os Cavanis fundaram a Congregação Mariana, ponto de chegada de uma vocação amadurecida gradualmente na constatação dos males de que padecia a juventude e ao mesmo tempo, campo de ensaio em que se integrou e consolidou a colaboração dos dois irmãos num único ideal de apostolado. (Doc. V, p. 169). 

Mas a Congregação Mariana deve ser também considerada como um ponto de partida, porque foi justamente dela que, por lógica ordem de desenvolvimento, tiveram origem, como a planta da semente, nas contingências do tempo, as escolas de caridade, e depois de uma nova congregação religiosa que continuasse seu espírito (ib.). 

Enfim, deve-se sublinhar que com sua origem e desenvolvimento, ela marca a inserção dos Cavanis na obra de renascimento espiritual que um grupo de zelosos sacerdotes tinha empreendido no meio das populações vênetas. 

Isto significa que eles, embora jovens, e Marcos ainda leigo, tiveram a sensibilidade espiritual de reparar a necessidade verdadeiramente urgente da juventude de Veneza naquele momento histórico, e a coragem de buscar e atualizar urgentemente as que se apresentavam como as soluções mais aptas. (Doc. V, pp. 169-170). 

Conteúdo extraído do livro: Carisma e Espiritualidade dos Veneráveis irmãos Antônio e Marcos Cavanis – Documentação da Causa de Beatificação dos Fundadores.

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