Caros confrades e leigos, nesta boa semana, à luz do falecimento de minha mãe Semilda Diesel, gostaria de refletir sobre duas palavras: presença/ausência.
Presença conota o fato de estar em algum lugar ou existir em algum lugar, mesmo que seja nos pensamentos ou nas lembranças e ausência poderia ter conotação contrária. Nesses dias em que a minha mãe esteve enferma estive presente no período noturno junto dela no hospital, e minha irmã ficava no período diurno. Ao estar junto dela me veio à mente muitas lembranças desde a minha infância, quando eu pequeno, não tínhamos fogão a gás, ela esquentava leite à noite com fogo de palha de milho, gesto de grandiosidade que permitiu que eu tivesse uma alimentação da forma adequada com aquilo que era possível. Também recordei a presença de minha mãe e meu pai nos passos que dei na Igreja, quando recebi a Primeira Eucaristia, eles estiveram juntos na prova que tinha que se fazer com o Pároco, na presença dos pais, catequistas e a Irmã religiosa, que depois culminou no Dia impar de Receber a Primeira Eucaristia, receber Cristo Presente no Pão e no Vinho. Pois, como nos diz o Catecismo da Igreja Católica no 1374: «O modo da presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz dela “como que a perfeição da vida espiritual e o fim para que tendem todos os sacramentos”. No santíssimo sacramento da Eucaristia estão “contidos, verdadeira, real e substancialmente, o corpo e o sangue, conjuntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, Cristo completo”. “Esta presença chama-se ”real”, não a título exclusivo, como se as outras presenças não fossem “reais”, mas por excelência, porque é substancial, e porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem”».
Meus pais também estiveram presentes no recebimento do Sacramento da Crisma. Depois quando tomei a firma decisão de seguir para o Seminário, não se opuseram, mas sim me incentivaram, mesmo que isso provocasse a minha ausência da Casa familiar, do aniversário de meus familiares, e dos diversos acontecimentos familiares que eu estava ausente fisicamente, mas estava presente com o pensamento e a oração.
Na minha vida na Congregação meus pais, irmã e demais familiares estiveram presentes quando emiti os votos religiosos, votos perpétuos, ordenação diaconal e presbiteral, eventos e passos que também proporcionaram aos meus familiares conhecerem os confrades da Congregação e uma gama de familiares dos confrades, aumentando assim a consciência que a presença de um confrade na Congregação comporta também a presença dos demais familiares, formando assim a família Cavanis não somente de religiosos e sacerdotes, mas também dos seus familiares.
Outro ponto importantíssimo de minha mãe e demais familiares em minha resposta vocacional foi a presença na vida de oração. Meus pais eram pessoas de fé e oração, participavam das celebrações da Palavra, das Missas e minha mãe em especial tinha um pequeno oratório no quarto onde tinha momentos de oração diária, em especial o terço. Assim, pela presença de meus pais na vida da Igreja, me levaram a participar da Igreja, a conhecê-la e amá-la para servir como sacerdote que aprendeu no seio familiar a reconhecer a presença de Cristo na vida pessoal para levá-la às pessoas com os gestos e as palavras.
No velório de minha mãe foram inúmeras as manifestações de carinho, gratidão, solidariedade e de afeto. A mais que me chamou atenção foi de minha sobrinha casula, que estava sempre presente na vida da avó, e por conseguinte tendo uma presença constante da avó. Na sua manifestação de carinho e despedida da vovó fez uma cartinha: “para a vovó” desenhando em seguida várias flores vermelhas, para dizer do seu amor e gratidão pela vovó, não sabendo que com tal gesto estava também manifestando um gesto de esperança, pois depois das flores vem a semente, que tem a presença da vida, que desabrocha quando é plantada na terra e se transforma em nova planta, porque não ficou somente uma semente, mas como diz o Evangelho: «se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto» (Jo 12,24).
Com a morte de um familiar nosso, tem a ausência física dele, pois não podemos mais ver fisicamente a pessoa, mas tem a presença em nós dos genes herdados, da família que procedemos, permanece também presente, e somos chamados a ampliar, o amor recebido, a educação e os valores compartilhados por nossos pais, para que nós e o mundo seja melhor.
Enfim, para concluir quero agradecer a todos pela presença com as orações e mensagem de força. Agradeço a presença de inúmeros leigos no velório de minha mãe. Também quero agradecer os confrades que se fizeram presentes no velório e missa da esperança (corpo presente) de minha mãe, a qual foi um testemunho de fraternidade, solidariedade, fé, esperança e amor na vida em Deus. Pois, como nos diz São Paulo: «a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,5).
Comunicados
– No dia 02 de dezembro chegou para visitar Nossa Província o Prepósito Geral – P. Manoel Rosalino Pereira Rosa.
– 08 de dezembro – aniversário de ordenação Sacerdotal de 40 anos do Pe. Caetano Ângelo Sandrini, celebração, dia 08/12 na Paróquia Nossa Senhora de Fátima em Ponta Grossa, 19h, parabenizamos pelo seu aniversário de ordenação e desejamos um fecundo e frutuoso ministério.
– 11 de dezembro – aniversário de ordenação Sacerdotal Pe. Jorge Luís de Oliveira, parabenizamos pelo seu aniversário de ordenação e desejamos um fecundo e frutuoso ministério.
– 12 de dezembro – aniversário de ordenação Sacerdotal Pe. Bráz Elias Pereira, parabenizamos pelo seu aniversário de ordenação e desejamos um fecundo e frutuoso ministério.
– 13 de dezembro – aniversário de ordenação Sacerdotal Pe. Paulo Oldair Welter, Mestre dos noviços em Fietta, Itália, parabenizamos pelo seu aniversário de ordenação e desejamos um fecundo e frutuoso ministério.
Fraternalmente,
Padre Rogério Diesel, CSCh – Superior provincial