O decreto Ad Gentes n.1 nos ajuda a entender a amplitude e atualidade da dimensão missionária, quando fala que «no estado atual das coisas, de que surgem novas condições para a humanidade, a Igreja, que é sal da terra e luz do mundo (Mt. 5, 13-14), é com mais urgência chamada a salvar e a renovar toda a criatura, para que tudo seja instaurada em Cristo e n’Ele os homens constituam uma só família e um só Povo de Deus». Portanto, a Igreja na atual conjuntura de mundo é chamada a viver sua universalidade protagonizada pelo filho de Deus: ser presença fecunda no mundo para levar a humanidade a refletir sobre os valores cristãos. Nesta questão, a Igreja foi enviada por Cristo para manifestar e comunicar a caridade de Deus a todos os homens e povos (cf. Ad Gentes, n. 10).
Um fator importante a ser salientado aqui é a sensação de mudança que se dá em todos os seguimentos da sociedade. Além disso, temos o fenômeno da globalização, na qual nos tornamos partícipes dos acontecimentos mais longínquos. Ao mesmo tempo, os dramas da humanidade nos atingem a todo instante.
Nesses patamares a ação evangelizadora da Igreja deve conjugar fé e vida. Fazendo isso, ela estará prestando um serviço de articulação que culminará na solidariedade entre as pessoas. Ademais, evangelizar é também suscitar a esperança e semear a paz num mundo de violências e conflitos. Neste caso, o grande desafio da evangelização no mundo de hoje se concentra na construção da fraternidade e do bem comum.
O Documento de Aparecida, por sua vez, tem proposta de ação a partir da realidade do povo, para se chegar à vida plena em Jesus Cristo. A missão, neste caso, é colocar-se a serviço da vida em plenitude, ação que deve estar pautada no diálogo para que todas as pessoas tenham vida em plenitude. A vocação ao discipulado missionário, concebe a Igreja em estado permanente de missão (cf. Documento de Aparecida, n. 155), tendo o ponto de chegada na vida plena em Jesus Cristo. Essa missão é tarefa de todos; por isso, deve ser conduzida em colaboração com outras instâncias para atingir a globalidade e a complexidade do mundo.
Papa Francisco refletindo sobre a dimensão de ser discípulo e missionário de Cristo em Evangelii Gaudium, n. 120 afirma que: «Em virtude do Batismo recebido, cada membro do povo de Deus tornou-se discípulo missionário (cf. Mt 28, 19). Cada um dos batizados, independentemente da própria função na Igreja e do grau de instrução da sua fé, é um sujeito ativo de evangelização, e seria inapropriado pensar num esquema de evangelização realizado por agentes qualificados, enquanto o resto do povo fiel seria apenas receptor das suas ações. A nova evangelização deve implicar um novo protagonismo de cada um dos batizados. Esta convicção transforma-se num apelo dirigido a cada cristão para que ninguém renuncie ao seu compromisso de evangelização, porque, se uma pessoa experimentou verdadeiramente o amor de Deus que o salva, não precisa de muito tempo de preparação para sair a anunciá-lo, não pode esperar que lhe deem muitas lições ou longas instruções. Cada cristão é missionário enquanto se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus; não digamos mais que somos «discípulos» e «missionários», mas sempre que somos «discípulos missionários».
Assim, ser discípulo-missionário de Jesus passa pelo discernimento dos sinais dos tempos, pela solidariedade e pelo engajamento na luta pela vida de todos, para aprendermos do Mestre a amplitude e a dignidade da vida. Do Mestre o discípulo-missionário aprende a lutar contra toda forma de ameaça da vida, por isso ele nos convida a vincular-nos a ele, porque ele é a fonte da vida (cf. Documento de Aparecida, n. 131). «Jesus quer que seu discípulo se vincule a ele como ‘amigo’ e como ‘irmão’. O ‘amigo’ ingressa em sua vida fazendo-a própria» (Documento de Aparecida, n. 132). Sendo discípulos-missionários, reconhecemos em Jesus o próprio Evangelho, e que suas palavras de vida são sinais de esperança (cf. Documento de Aparecida, n. 104), por isso, «é próprio dos discípulos de Jesus gastar a vida como sal da terra e luz do mundo» (Documento de Aparecida n. 110). Pois, a resposta ao convite de Jesus compreende uma entrega total a ele, a qual se visibiliza na vivência do amor. Nesta os discípulos serão reconhecidos e atrairão as pessoas a Cristo (cf. Documento de Aparecida, nn. 138 e 159).
Enfim, caro confrade e leigos, a exemplo de Jesus somos convidados a anunciar o Evangelho a toda criatura, nós Cavanis em especial as crianças e jovens, com respeito e misericórdia para conscientizar as pessoas de que um mundo de justiça e paz é possível, basta que estejam cientes que isso só é possível pela participação de todos.
Comunicados:
Dia 20 de outubro – Aniversário Pe. Braz Elias Pereira, parabenizamos pelo aniversário natalício, que a graça e a bênção de Deus sejam abundantes em sua vida.
Dia 22 de outubro – aniversário do Pe. Paulo Oldair Welter, Mestre dos noviços em Fietta na Itália, parabenizamos pelo aniversário natalício, que a graça e a bênção de Deus sejam abundantes em sua vida.
Fraternalmente,
Padre Rogério Diesel, CSCh – Superior provincial