O Espírito Santo produz em cada pessoa muitos frutos que ajudam a concretizar o batismo. Isso porque o Espírito Santo vem para encher a pessoa de Deus. Na Igreja primitiva, o Espírito veio sobre todos os que estavam reunidos no Cenáculo (Atos 2,1-13). No Pentecostes, o Espírito Santo impulsionou os Apóstolos à missão, e, com isso, a Igreja começou a se expandir. Dessa forma, toda obra existente na Igreja é obra do Espírito Santo. Por isso, pelo Batismo e Crisma, a pessoa é constituída um novo apóstolo (enviado) na Igreja.
Igreja, instrumento da mediação e do diálogo de Deus com o mundo, tem sua origem na missão de Jesus, de quem procede a Palavra e os sacramentos, e na missão do Espírito, que está na origem dos dons dados aos fiéis. Assim, podemos dizer que a missão do Espírito é constitutiva da Igreja; por isso, ela não é anterior nem exterior ao Espírito. Dessa forma, a Igreja deve seguir os rumos do Espírito, sabendo que ele age a partir das culturas e das pessoas, o que revela sua pluralidade e diversidade de dons. Neste sentido, Santo Irineu afirma que: «São Lucas nos diz que esse Espírito, depois da ascensão do Senhor, desceu sobre os discípulos no dia de Pentecostes, com o poder de dar a vida nova a todos os povos e de fazê-los participar da Nova Aliança. Eis por que, naquele dia, todas as línguas se uniram no mesmo louvor de Deus, enquanto o Espírito congregava na unidade as raças mais diferentes e oferecia ao Pai as primícias de todas as nações» (Santo Irineu no seu Tratado Contra os hereges, in Liturgia das Horas, V. II, São Paulo, 1995, p. 926).
Paulo, em seus escritos, concebe que a Igreja não se dissocia de sua realidade material. Seguindo esse pensamento, percebemos que, para ele, a Igreja é o povo de Deus espalhado pelo mundo, concretizado em cada comunidade. Para Lucas, as comunidades nascem da experiência do Espírito, especialmente no caso dos Apóstolos, que, cheios do Espírito, tornam-se agentes do mesmo na Igreja nascente. Outrossim, segundo o Catecismo da Igreja Católica n. 737 «o Espírito prepara os homens e antecipa-se a eles pela graça, para os atrair a Cristo. Manifesta-lhes o Senhor ressuscitado, lembra-lhes a sua Palavra e abre-lhes o espírito à compreensão da sua morte e da sua ressurreição. Torna-lhes presente o mistério de Cristo, eminentemente na Eucaristia, a fim de reconciliá-los, de coloca-los em comunhão com Deus, a fim fazê-los produzir “muito fruto” (Jo 15, 5. 8. 16)» (Catecismo da Igreja Católica, 2 ed, São Paulo, 1993).
Outrossim, a Igreja é chamada a agir e a realizar a missão do Espírito, ou seja, ela está a serviço da concretização do Reino de Deus no mundo, por isso cada comunidade cristã faz história e influencia na história. A presença do Espírito na vida da Igreja torna presente a salvação do Senhor e nos renova em Deus levando-nos à comunhão com o Pai por Jesus. Desse modo, o Espírito forma o Corpo de Cristo pela unidade dos fiéis no Senhor (Ef. 4,13).
O Espírito age na matéria, nos ritos, nos sacramentos, nas pessoas e nos serviços que os cristãos prestam e exercem na Igreja. Assim cada um possui um lugar na Igreja. Sabendo é claro que ela salienta o ofício da Palavra que se expande para os documentos do magistério. Nestes pontos vemos que o Espírito fala por meio da Palavra, Sagrada Escritura e por meio da palavra do Magistério. Além disso, todo cristão proclama a Palavra, pois participa por meio do batismo do múnus profético de Cristo (cf. Constituição Dogmática do Vaticano II, Lumen Gentium, n. 12).
Destarte, os sacramentos são instrumentos do Espírito porque reúnem a humanidade na comunhão divina. Portanto pelos sacramentos e pelos dons do Espírito Deus cria a comunidade dos fiéis, da qual chama os ministros que são colaboradores dela. O Espírito comunica o conhecimento de Cristo, que é aceito na fé batismal e experimentado nos demais sacramentos.
Na reflexão sobre os ministérios é importante refletir sobre os carismas. Nos carismas existe uma ordem e uma hierarquia. Não se pode transformar o carisma em vontade de poder, por isso os que ocupam a direção da comunidade devem harmonizar os carismas (dons). Nesta concepção não existe nenhum membro não carismático (Rm 12,5) todos gozam de igual dignidade. Isto faz com que tudo o que fazem seja em benefício da comunidade e de todos, porque o carisma vem de Deus. Pois, como nos diz o Catecismo da Igreja Católica n. 799: «os carismas são graças do Espírito Santo que, direta ou indiretamente, têm uma utilidade eclesial, ordenados como são para a edificação da Igreja, o bem dos homens e as necessidades do mundo» (Catecismo da Igreja Católica, 2 ed, São Paulo, 1993).
É importante lembrar que o discernimento do carisma se faz na comunidade, primeiro deve-se discernir a origem do carisma, que deve vir do Espírito e ter consciência da gratuidade. O carisma se discerne pelo seu fim, que consiste em construir a comunidade. Pois como diz São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios 12,7: «a cada um é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum».
Cristo e o Espírito Santo agem continuamente sobre os ministros e os fiéis estabelecendo entre eles uma mútua relação e complementariedade. Todavia, concede a certas pessoas o poder de dirigir, governar, servir, por isso a eleição dos ministros deve obedecer às indicações do Espírito porque na Igreja a autoridade é um poder espiritual, um serviço e não um prestigio.
Como a Igreja procede de Cristo e do Espírito, a autoridade deriva de Cristo e do Espírito. Pois, Cristo delega autoridade aos apóstolos, o Espírito, por sua vez, inspira as autoridades para manter visível a organização e comunhão da comunidade.
A Igreja é uma comunidade que vive em comunhão de fé e amor, uma comunidade toda ministerial que pela ação do Espírito nasce da Palavra e se edifica na celebração da Eucaristia. Dedica-se a evangelização do mundo através do anúncio missionário do Evangelho e do testemunho da caridade.
Os ministérios situam-se no interior da comunidade local como manifestação da multiforme iniciativa do Espírito que enche e vivifica o Corpo de Cristo; além disso, é o Senhor que suscita os ministérios na comunidade, por isso não são atributos de honra, mas sim de serviço.
Enfim, a base que constitui a realidade ministerial é a dignidade profética, pastoral e sacerdotal do povo de Deus. Assim, o sacerdócio comum é anterior ao sacerdócio ordenado, ou seja, os fiéis incorporados pelo Batismo, constituem o Povo de Deus e participam da missão profética, pastoral e sacerdotal de Cristo (cf. Constituição Dogmática do Vaticano II, Lumen Gentium, nn. 10-11).
Comunicados:
Profissão dos Votos Perpétuos do Religioso Marcelo Cardoso dos Santos, que está fazendo o Tirocínio em Santa Cruz De la Sierra Bolívia, dia 05 de julho 19h na Paróquia Sagrado Coração de Jesus na Cidade de Perola D’Oeste. Todos são convidados a participar desse momento de graça, para o Marcelo, para a Congregação e para a Igreja.
08 de junho – Festa na Paróquia São Judas Tadeu de Castro.
08 de junho – Festa da Paróquia Sagrado Coração de Perola D’Oeste.
10 de junho – Aniversário natalício do Pe. Ademar Aparecido da Silva Santos, parabenizamos pelo seu aniversário natalício e que a graça e a bêncão de Deus sejam abundantes em sua vida.
Uma Santa e abençoada Solenidade de Pentecostes a Todos.
Fraternalmente,
