NATAL/PRESÉPIO – XXII BOA SEMANA, CAVANIS!

Província Cavanis do Brasil
BOA SEMANA, CAVANIS!

O Presépio confeccionado na grande maioria das casas dos cristãos, bem como em muitas cidades, chama a atenção das pessoas cristãs ou não, para o evento único da história, o nascimento do Menino Deus, o Verbo que se fez carne e veio habitar no meio da humanidade (cf. Jo 1,14), que está no centro do Presépio. Ao entorno do Menino estão Maria, José, os pastores e os magos que foram ao encontro de Jesus.  Como naquele tempo, o Presépio causa admiração em quem se aproximava dele, também hoje como sublinha Papa Francisco em Admirabile Signum: «O SINAL ADMIRÁVEL do Presépio, muito amado pelo povo cristão, não cessa de suscitar maravilha e enlevo. Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus. De fato, o Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura. Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que Se fez homem a fim de Se encontrar com todo o homem, e a descobrir que nos ama tanto, que Se uniu a nós para podermos, também nós, unir-nos a Ele». (Papa Francisco, Carta Apostólica Admirabile Signum, sobre o significado e valor do presépio, 2019, n. 1).

            A palavra Presépio vem do latim praesepe, is recito para recolher gado,  praesepium, manjedoura em Português. Jesus ao nascer, como relata Lucas 2,7, foi colocado na manjedoura, lugar onde os animais se alimentavam, abrindo assim um aporte para uma analogia Daquele que mais tarde se revelará o pão de vida (Jo 6,51). Simbologia essa que é frisa Papa Franciso citando Santo Agostinho, Sermão 189, 4: «Deitado numa manjedoura, torna-Se nosso alimento» (apud, Papa Francisco, Admirabile Signum, n. 2).

            O Presépio foi representado pela primeira vez por Francisco de Assis na cidade de Gréccio, Itália em 1223. Com a composição do Presépio, Francisco queria reproduzir o cenário de Belém para a comunidade de Gréccio celebrar o Natal. Assim, «à vista da representação do Natal, as pessoas lá reunidas manifestaram uma alegria indescritível, como nunca tinham sentido antes. Depois o sacerdote celebrou solenemente a Eucaristia sobre a manjedoura, mostrando também deste modo a ligação que existe entre a Encarnação do Filho de Deus e a Eucaristia» (Papa Francisco, Admirabile Signum, n. 2). Desse modo, Francisco com a representação do Presépio natalino realizou uma grande obra de evangelização, ajudando as pessoas a entender que o Criador se abaixou até a humanidade se fazendo pequeno e demostrando ternura por ela, como puderam provar em primeira mão os pastores, que foram os primeiros a testemunhar esse evento único da história, que após o anúncio do anjo do nascimento do Salvador foram prontamente com alegria e gratidão ao encontro do Menino (Lc 2,8-17). Portanto, os pastores pessoas simples e pobres foram os primeiros a ter a alegria de visitar a família de Maria e José e contemplar o nascimento de Jesus (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 525). Também os Magos seguindo a estrela foram até Jesus e oferecem seus presentes, ouro, incenso e mirra (Mt 2,1). Atitudes que cada um é chamado a repetir no Natal e no dia a dia, ou seja, buscar de forma constante a Jesus sendo seu discípulo-missionário. Pois, como frisa Papa Francisco: «ao fixarmos esta cena no Presépio, somos chamados a refletir sobre a responsabilidade que cada cristão tem de ser evangelizador. Cada um de nós torna-se portador da Boa-Nova para as pessoas que encontra, testemunhando a alegria de ter conhecido Jesus e o seu amor; e fá-lo com ações concretas de misericórdia». (Papa Francisco, Admirabile Signum, n. 9).

            A vinda do Filho de Deus na carne se celebra no natal. Assim, pela encarnação de Jesus se celebra o intercâmbio entre a divindade e a humanidade. Cujo, segundo A. Bergamini: «o primeiro ato deste intercâmbio se opera na humanidade de Cristo: o Verbo assumiu o que era nosso para nos dar o que era seu. O segundo ato do intercâmbio consiste na nossa real e íntima participação na natureza divino do Verbo: o Salvador do mundo, que hoje nasceu, nos regenerou como filhos de Deus». (A. Bergamini, in Dicionário de Liturgia, organizadores: Domenino Sartore e Achille M. Triacca, São Paulo Paulus, 1992, p. 812).

            O nascimento de Jesus é motivo de alegria, pois Ele nos enche com a esperança da eternidade. Destarte, segundo o Papa Leão Magno: «quando chegou a plenitude dos tempos, fixada pelos insondáveis desígnios divinos, o Filho de Deus assumiu a natureza do homem para reconciliá-lo com o seu Criador».  (São Leão Magno, papa, Sermo 1 in Nativitate Domini, 1-3, in Liturgia das Horas, 1995, v. 1, p. 362).

            Enfim, caro confrade, você é membro de nossa família religiosa! Sua presença fortalece os laços de amizade, comunhão e fraternidade em Nossa Província e Congregação. Também, você caro leigo e leiga, que participam do trabalho pastoral, educacional e social de nossa Província, obrigado por somar conosco no seguimento e anúncio de Jesus Cristo.

Nossos votos de felicidades, paz e alegria neste natal. Que o Deus Menino, que nasceu cheio de vida e esperança, na família de Nazaré, continue enchendo de luz e bênçãos a cada um.

Fraternalmente,

Padre Rogério Diesel, CSCh – Superior provincial

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