O Papa Francisco no dia 24 de outubro de 2024 publicou a Encíclica DILEXIT NOS, AMOU-NOS, cerca o amor humano e divino do coração de Jesus Cristo. É um documento de espiritualidade cristã, que traz uma profunda reflexão e ensinamento A respeito do amor. O Papa já no primeiro número sublinha que Cristo nos amou (cf. Jo 15,9-12) e nos amou primeiro (cf. 1Jo 4,10), por isso graças a esse amor, que nós conhecemos e podemos experimentar o amor divino (cf. Jo 4,16).
O Romano Pontífice, no capítulo primeiro, ao falar da importância do coração, recorda aos leitores, que se recorre ao símbolo do coração para falar e experimentar o amor de Cristo. Coração – καρδιά, Kardía – no grego clássico profano, designa a parte mais íntima do ser humano. Nessa linha aparece a passagem dos discípulos de Emaús, que após reconhecerem Jesus ressuscitado exclamaram: «não ardia o nosso coração, quando nos falava pelo caminho» (Lc 24,32). Além disso, de forma ampla, coração indica também a sinceridade e autenticidade com as quais a pessoa quer manifestar algo. Porém, no mundo líquido, onde as mudanças são constantes, as relações se tornam sempre menos sólidas, podendo serem feitas e refeitas com mais rapidez e facilidade, transformando-se, portanto, de maneira rápida e imprevisível, gerando assim uma certa insegurança.
Diante de tal sociedade o Papa afirma que: «neste mundo líquido, é necessário voltar a falar do coração; indicar onde cada pessoa, de qualquer classe e condição, faz a própria síntese; onde os seres concretos encontram a fonte e a raiz de todas as suas outras potências, convicções, paixões e escolhas. Movemo-nos, porém, em sociedades de consumidores em série, preocupados só com o agora e dominados pelos ritmos e ruídos da tecnologia, sem muita paciência para os processos que a interioridade exige. Na sociedade atual, o ser humano ‘corre o perigo de se desorientar do centro de si mesmo’» (Dilexit nos, n. 9). Para que isso, tenha um impacto menor na vida do ser humano, é necessário dar o devido valor ao coração, àquilo que integra a pessoa, a si mesma e aos outros, pois o coração de cada um, nesse simbolismo, coexiste com o coração dos outro. Além disso, é preciso que as ações sejam controladas sob o controle do coração, para que as ações sejam pautadas pelo desejo de um bem maior, que facilita a comunhão entre as pessoas (cf. Dilexit nos, nn. 11-16).
Outro fator importante se refere ao fato de o coração possibilitar relações e vínculos autênticos e altruístas, não autorreferenciais, isto porque, o coração é capaz de valorizar o próprio ser da pessoa e promover a abertura aos outros. Nesse sentido afirma o Papa Francisco: «só nos tornamos nós próprios quando adquirimos a capacidade de reconhecer o outro, e só encontra o outro quem é capaz de reconhecer e aceitar a própria identidade» (Dilexit nos, n. 18).
Outrossim, naquilo que parece fragmentado, o coração é capaz de unificar a vida e a história da pessoa, bem como unificar e harmonizar as relações. Nesse sentido, a era da inteligência artificial, o algoritmo não conseguirá substituir ou ofuscar as lembranças boas da vida e como fomos amados. Pois, como afirma Papa Francisco: «amando, a pessoa sente que sabe o porquê e para que vive. Assim, tudo converge para um estado de conexão e de harmonia» (Dilexit nos, n. 23).
Enfim, no final do primeiro capítulo, é apresentada uma reflexão que aponta que o mundo pode mudar a partir do coração, pelo qual o ser humano é capaz de construir relacionamentos saudáveis e pacificar as diferentes ideias. Nesse sentido, o coração de Cristo é o princípio unificador da realidade hodierna, porque Jesus Cristo por sua morte e ressurreição é o cerne da história da salvação (cf. Dilexit nos, nn. 28-31), para a qual todos somos chamados de coração sincero (Hb 10,22).
Comunicados:
– Dia 5 de novembro – Encontro dos Diretores Executivos das Obras Sociais e Educacionais no Cenáculo Cavanis de Castro–PR.
– Dias 6-7 de novembro – Reunião do Conselho provincial na sede, em Castro. Se alguém tem algum pedido, enviar com antecedência.
– Dia 6 de novembro – aniversário de ordenação Sacerdotal do Pe. Aimé Lukumu Kabeya, parabenizamos pelo seu aniversário de ordenação e desejamos um fecundo e frutuoso ministério.
A respeito do gesto concreto do mês missionário, para ajudar na construção dos seminários no Timor-Leste e Congo, encaminhar à cúria provincial a fim de repassar ao Governo Geral.
Fraternalmente,
Padre Rogério Diesel, CSCh – Superior provincial