A Congregação é uma realidade carismática, pois o carisma nasceu na Igreja pela ação do Espírito Santo. Por isso, os membros do Instituto são chamados a ser dóceis ao Espírito, atentos ao que Ele diz à Igreja e à Congregação (cf. Ap 2,29). Isso exige agir sem preconceitos, com abertura de coração (cf. Jo 16,3), escutando uns aos outros para juntos discernirem a voz de Deus que se manifesta também por meio dos confrades. Esse processo de escuta mútua é essencial para o discernimento comum das propostas e decisões capitulares.
O Capítulo Geral não é um acontecimento privado, ainda que seja celebrado de forma mais reservada pelos capitulares em um local específico. Trata-se, antes, de um evento eclesial e, por isso, possui, tanto do ponto de vista teológico quanto jurídico, um caráter público. Nesse sentido, a preparação e a celebração do Capítulo devem refletir essa dimensão eclesial, orientando as reflexões, os discernimentos e as decisões capitulares como fruto da corresponsabilidade e solicitude de todos pelo bem do Instituto (cf. cân. 631 §1). Por isso, durante o processo de preparação e celebração do Capítulo geral, todos os membros da Congregação são chamados a tomar consciência da realidade do Instituto em suas diversas dimensões, a fim de avaliar sua situação atual e identificar os passos necessários para que ela se torne, cada vez mais, aquilo que é chamada a ser, uma comunidade fraterna e fiel ao carisma. Essa avaliação deve ser feita por meio de uma análise crítica iluminada pela fé e em espírito de serviço à Igreja.
A respeito da dimensão eclesial do Capítulo Geral escrevi na tese de doutorado que: «o Capítulo Geral é um evento eclesial e, ao mesmo tempo, é também um evento do Instituto por diversos motivos: porque é celebrado pelos seus membros através da oração, da reflexão e do envio de contribuições, estudos e propostas à assembleia capitular; porque reúne os religiosos que participam ex officio e aqueles escolhidos pelas partes territoriais pelos seus próprios confrades, não como simples porta-vozes dessas partes, mas escolhidos para compor, juntamente com os outros membros, a assembleia capitular de modo a representar todo o Instituto (Cân. 631); para se reunirem em nome de Jesus, para realizarem um serviço de reflexão e discernimento, guiados pelo Espírito Santo, para interpretarem os sinais dos tempos e elaborarem propostas e atos capitulares (decisões) que promovam o crescimento da Vida Consagrada e tornem atuais, segundo as circunstâncias de tempo e lugar, o patrimônio espiritual e o próprio carisma. Assim, os capitulares, na medida em que orientam a sua ação para a solicitude pelos confrades, pelo Instituto e pela Igreja, exercem uma autoridade colegial, não como um poder-domínio, mas como um serviço para promover o bem e o crescimento de todo o Instituto e da Igreja. Para perseguir esses intentos, é necessária a colaboração dos capitulares, em espírito de serviço e corresponsabilidade, para interpretar os sinais dos tempos, de modo que a vivência da consagração e do carisma se atualize de acordo com as necessidades do tempo e do lugar, sem se distanciar da inspiração fundacional» (Rogério Diesel, L’autorità e la potestà ecclesiastica come servizio, Roma, 2021, pp. 294-295).
Assim, o Capítulo Geral é obra de todos, e não apenas dos capitulares, pois a participação dos membros da Congregação se dá de diversas formas: pela eleição dos delegados das partes territoriais, pelo envio de avaliações, relatórios, sugestões e propostas a serem analisadas pelos capitulares, bem como pelas orações dos religiosos e leigos em favor da celebração do Capítulo. É importante ter presente que a avaliação e atualização dos projetos congregacionais deve ser fruto da cooperação de todos os membros do Instituto. Como lemos em Ecclesiae Sanctae: «a cooperação de todos os superiores e membros é necessária para renovar a vida religiosa neles mesmos, para preparar o espírito dos capítulos, para realizar os trabalhos dos capítulos, para observar fielmente a lei e as normas promulgadas pelos capítulos» (Paulo VI, Moto Próprio, Ecclesiae Sanctae, normas para a aplicação de alguns Decretos do Concílio Vaticano II. Normas para a aplicação do Decreto do Concílio vaticano II Perfectae Caritatis, 1966, n. 2).
Enfim, a colaboração de todos em relação ao Capítulo está em consonância com a graça recebida pelos Religiosos Cavanis ao tornarem-se membros da Congregação, chamados a viver juntos a consagração na Vida Religiosa e na sequela Christi, que é a regra suprema de vida (cf. cân. 661). Por isso, todos são corresponsáveis uns pelos outros, pela Congregação e pela fidelidade ao seu espírito e carisma. Assim, a celebração do Capítulo Geral constitui, portanto, uma ocasião privilegiada para renovar e fortalecer a consciência de pertencer à Congregação no seio da Igreja, reafirmando a identidade religiosa e carismática colocada a serviço da Igreja e do mundo.
Comunicados:
– Profissão Perpétuo do Religioso Marcelo Cardoso dos Santos no dia 05 de julho 19h na Paróquia Sagrado Coração de Jesus na Cidade de Pérola D’Oeste. Todos são convidados a participar desse momento de graça, para o Marcelo, para a Congregação e para a Igreja. Aqueles que irão participar e precisam de pouso e refeição entrem em contato com o Provincial ou o Pe. Paulo Vieira Sagrilo até no máximo terça-feira dia 01 de julho.
– Dia 01 de julho – Reunião da Família Religiosa Mãe da Divina Graça em Ponta Grossa.
– Dia 01 de julho – Aniversário natalício do Pe. Caetano Ângelo Sandrini, parabenizamos pelo seu aniversário natalício e que a graça e a bênção de Deus sejam abundantes em sua vida.
– Dia 03 de julho – aniversário da ordenação Presbiteral do Pe. José Valdir Siqueira, que trabalha no Timor-Leste, parabenizamos pelo seu aniversário de ordenação e desejamos um fecundo e abençoado ministério.
– Dia 04 de julho – aniversário da ordenação Presbiteral do Pe. Edemar de Souza, Secretário Provincial, parabenizamos pelo seu aniversário de ordenação e desejamos um fecundo e abençoado ministério.
– Dias 02 a 04 de julho, tríduo em preparação aos Votos Perpétuos do Rel. Marcelo Cardoso dos Santos, nas Paróquias de Perola D’Oeste e de Realeza.
Uma boa e abençoada Semana a todos.
Fraternalmente,
