BOA SEMANA Nº 05

Muitas vezes somos tomados por uma coragem de agir que nem sabemos que temos, um ânimo que só pode vir da fé em Deus...
Virtude! Tudo o que é virtude e digno de louvor
VIII BOA SEMANA, CAVANIS!

Vocação leiga,

O Concílio Vaticano II (1962-1965), na Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumen Gentium (21/11/1964), no capítulo I tratou do mistério da Igreja e no capítulo II abordou a noção da Igreja como Povo de Deus. Os membros desse povo têm a dignidade de filhos de Deus, cujo Espírito Santo habita em seus corações para viver a comunhão de vida no amor, e para realizar a missão no mundo de anunciar o Evangelho (cf. Lumen Gentium, n. 9). A definição da Igreja como Povo de Deus abriu novos horizontes para compreender a participação e a missão de cada Batizado na vida e ação da Igreja.

Lumen Gentium depois de falar no capítulo III da constituição hierárquica da Igreja, no capítulo IV fala dos leigos.  Portando à baia no número 31 uma definição de quem é o leigo: «por leigos entendem-se aqui todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo». Tal definição está ligada ao número 10 do mesmo documento, que fala do sacerdócio comum, que é participação no único sacerdócio de Cristo de todos os batizados para oferecer sacrifícios agradáveis a Deus e dar em todo lugar testemunho de Cristo.

Em Lumen Gentium no número 31 podemos ler a definição de qual a vocação e a missão dos leigos: «por vocação própria, compete aos leigos procurar o Reino de Deus tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus. Vivem no mundo, isto é, em toda e qualquer ocupação e atividade terrena, e nas condições ordinárias da vida familiar e social, com as quais é como que tecida a sua existência. São chamados por Deus para que, aí, exercendo o seu próprio ofício, guiados pelo espírito evangélico, concorram para a santificação do mundo a partir de dentro, como o fermento, e deste modo manifestem Cristo aos outros, antes de mais pelo testemunho da própria vida, pela irradiação da sua fé, esperança e caridade». Portanto, a vocação do leigo é ser sinal da presença de Deus no mundo, para pensar e ajudar as pessoas de todos os segmentos sociais a agir a partir de princípios que respeitem a vida na sua globalidade e promovam o bem comum. Nesse sentido, movidos pelo espírito evangélico, os leigos vivem a sua vocação na cotidianidade, manifestando Cristo às pessoas que encontram e convivem, para ajuda-las a fazerem o encontro transformador com Cristo, a exemplo de Mateus (Mc 2,13-17) e de Zaqueu (Lc 19,10), que os levou a mudar de vida, e esse último abrir-se à caridade verso os pobres.  Assim, os leigos vivem a própria vocação e missão quando dão testemunho credível da fé cristã testemunhando na realidade do mundo e eclesial a coerência entre a fé professada e vivida (cf. Documento de Aparecida, n. 210).

Os leigos também são chamados a viver a vocação de todos batizado de propagar o Evangelho em todo o mundo (Mt 28, 19-20), trabalhando para que a mensagem da Salvação chegue a todos os homens, bem como de promover o crescimento e a santificação da Igreja (cf. Cânn. 210-211). Uma das formas de realizar tal vocação é participar das diversas pastorais que promovem a ação evangelizadora, a vida litúrgica e caritativa da Igreja.

Para melhor vislumbrar o significado da vocação que estamos refletindo vamos transcrever a definição e o testemunho que a leiga da Paróquia Imaculada Conceição de Belo Horizonte, Vilma Aparecida Ribeiro Freitas: «Vocação leiga é um serviço a Deus que nos coloca num estado de espírito de muita leveza e gratidão. Muitas vezes somos tomados por uma coragem de agir que nem sabemos que temos, um ânimo que só pode vir da fé em Deus, pois somos impulsionados a dizer sim, sem questionar se somos capazes. Mas respondemos sim, que as vezes deixa o coração assustado depois, talvez o seguir adiante acontece pelo fato de não poder voltar atrás. Assim, o ser leigo parece contrapor a capacidade intelectual do ser humano e lança sobre si o anseio de servir a Deus cada dia melhor. Ser leigo é acreditar que o maior bem é poder doar». 

Parabéns a todos os leigos e leigos, membros vivos da Igreja e participantes da sua missão de evangelizar nas diversas pastorais, em especial na catequese. Que Deus os abençoe.

Comunicados:

Rezemos pelo encontro nacional dos leigos Cavanis no Cenáculo Cavanis 30 de agosto a 01 de setembro. Fraternalmente,

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