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Antônio e Marcos Cavanis: Fundadores das escolas de caridade

Duas vidas, uma só missão destinada a deixar uma marca profunda nesta terra.
Imagem com a pintura e a oração recorrendo a intercessão dos dois Veneráveis irmãos.
Imagem com a pintura e a oração recorrendo a intercessão dos dois Veneráveis irmãos.

A vida extraordinária de dois irmãos que, muito agraciados com dons divinos e destinados por nascimento a realizar uma prestigiosa carreira repleta de honras, riquezas e poder, escolheram no entanto, livremente, de se consagrar a missão que o Senhor, numa profunda busca de autenticidade, tinha revelado aos seus corações.

Duas vidas, uma só missão destinada a deixar uma marca profunda nesta terra, onde são frequentes os sinais fracos e insignificantes.

Antes de falar da obra deles queremos fazer com que aflore a grande estatura moral e intelectual dos dois irmãos Cavanis. Eles souberam converter o confuso quadro do nascimento da era moderna em força profética, para reavivar e sintonizar com os novos tempos e perene mensagem evangélica. Esta função, até os nossos dias, é levada adiante pela Congregação das Escolas de Caridade, por eles fundada. 
 

Duas vidas complementares

Na cidade de Veneza, perturbada pela decadência da própria potência e pelos avanço dos movimentos revolucionários, neste contexto nascem os irmãos Cavanis: Antônio no dia 16 de janeiro de 1772 e Marcos do dia 19 de maio de 1774.

Encaminhados aos estudos graças as boas condições econômicas da família, mas sobretudo pela boa visão humanista do pai, Conde Giovanni Cavanis, funcionário da República de Veneza, aprenderam a ler e escrever na escolinha das “Irmãs Invardi”, depois foram confiados ao melhor mestre de Veneza, naquela época, o abade Venier, que foi fundamental para formação dos dois meninos na cultura clássica e humanista. 

Com certeza, o pensamento do pai era de encaminhar os filhos para carreira diplomática, dando continuidade a tradição familiar, porém, também tinha como essencial que os filhos recebessem uma sólida formação religiosa, moral e piedosa, valores que tinham moldado também a sua vida.

A descoberta da vocação

Nomeado secretario da Chancelaria da República Veneta, segundo o direito adquirido pelos Cavanis, devido aos serviços prestados a mesma República, Antônio Cavanis revelou-se digno sucessor do pai, por competência, abnegação e integridade.

Iniciando suas atividades ele logo percebeu uma distância muito grande entre as tarefas ligadas aos seus trabalhos e o seu caminho espiritual. Quando manifestou a intenção de pedir demissão para entrar na ordem dominicana encontrou a resistência dos pais, para os quais, renunciar a carreira que caracterizava um membro da família Cavanis era uma loucura. 

Vendo seu pai com saúde debilitada, Antônio decidiu aguardar outro momento para fazer o pedido de demissão do trabalho e durante o tempo de vida restante que Deus concedeu ao seu pai, seguiu aprofundando e discernindo melhor sua vocação, reforçando-a com ajuda do estudo e da oração.

Em 23 de novembro 1793 deixa este mundo o Conde Giovanni Cavanis e pouco depois Antônio recebe o consentimento da mãe para se tornar sacerdote. Convicto de sua vocação ele pede demissão do cargo de secretario e depois de se preparar, estando com 23 anos, no dia 21 de março de 1795 é ordenado sacerdote e formula o propósito a Deus: “seja Ele só a minha riqueza e o meu bem agora e em eterno”.

Agora, como padre, ele foi enviado à Paróquia Santa Inês onde se dedicou a catequese, assistência aos doentes e aos pobres, conforme o exemplo que desde pequeno, junto com seu irmão Marcos, observava no pai. Antônio recordava sempre as últimas palavras ditas pelo pai antes de sua morte: “cuidem da mãe e dos pobres”.

Quando Antônio pediu demissão da secretaria seu irmão Marcos assumiu o seu lugar e entusiasmava os colegas com a sua competência e a sua integridade, assim como aprendeu com seu pai. Através de sua posição de autoridade se colocava a serviço dos pobres e da igreja sem fazer exceção de pessoas.

A vida dos irmãos se desenvolveu numa época difícil e atormentada por grandes perturbações políticas, uma delas foi a queda da República de Veneza que passou do poder francês (exercido por Napoleão que veio a assumir o poder depois de invadi-la) para o poder austríaco. As várias mudanças de administração fazem com que Marcos ocupe funções de sempre maior responsabilidade devido a sua competência e habilidade diplomática, talentos que todos que chegavam ao poder admiravam e necessitavam. Por sua vez Marcos sempre fez uso destes talentos para defender a cidade e seu povo.
 

A Congregação Mariana e as Escolas de Caridade

A grande energia espiritual que Marcos Cavanis investia no trabalho e que tinha recebido da família, e a seriedade com que tinha desde sempre estudado, não eram porem suficientes para o fazer feliz e realizado. Por causa disso mantinha sempre vivos contatos com os padres dominicanos e tomava parte ativa com eles ao debate entre “ciência” “fé” que o iluminismo tinha imposto. Portanto, se associou a iniciativa do irmão Antônio para criar a Academia São Tomas de Aquino, com a finalidade de aprofundar e divulgar a filosofia escolástica.

O nascimento do primeiro “embrião” da escola Cavanis, inicio da obra pedagógica dos Cavanis é fruto de uma genial intuição de Marcos, foi ele na realidade quem incentivou e impulsionou seu irmão Antônio a dedicar-se ao ensino e formação do primeiro jovem, Francisco Agazzi, menino que como muitíssimos em Veneza não tinha recursos nem meios para ter acesso a instrução. 

Dia 02 de maio de 1802: o começo da obra Cavanis!
Motivado pelas insistências de seu irmão Marcos e após ter-se aconselhado com o Padre Luiz Mozzi, Padre Antônio inicia nesta data a Congregação Mariana na Paróquia Santa Inêz, onde atuava. O novo e fervoroso grupo de jovens, dedicado aos cuidados de Maria, em pouco tempo ganha destaque na comunidade e também fora de Veneza. 

Congregação Mariana cativava os jovens que passaram a querer frequentar as aulas do Padre Antônio, tanto que logo se viu a necessidade de se encontrar um lugar mais amplo e contar com a ajuda de mais mestres. 

Em 02 de Janeiro de 1804, os dois irmãos, Antônio e Marcos Cavanis, com a ajuda de amigos como Padre Leonardo Romanini e Francisco Agazzi, que foi o primeiro aluno que tiveram e agora ajudaria na formação de outros, dessa forma acolheram os primeiros alunos “oficiais”

Foi a primeira escola de caridade em Veneza, totalmente gratuita. Assim, antecipando a instituição das escolas públicas, eles se empenharam em promover a juventude que vivia em meio ao ócio, aos vícios, a ignorância, para encaminha-los e forma-los no amor e no temor de Deus, educando a mente e o coração, tornando-os protagonistas de suas vidas e despertando-os para usarem seus talentos junto a comunidade, para transformá-la. 

Ilustração dos irmãos Cavanis.
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