Jesus, ao entrar no “tempo humano”, com a encarnação e nascimento, santificou o tempo cronológico em que estamos inseridos, que é composto de presente, passado e futuro, dimensões essas que nos ajudam a compreender que tudo tem seu momento (cf.Ecle 3,1-8) e que somos peregrinos neste mundo. Também ajudou a compreender o tempo na sua dimensão transcendente, que contempla o Koirós, o tempo de Deus, o qual tem uma dimensão transcendente, pois desvela o amor e a misericórdia divina ao longo da história da Salvação, tendo seu ponto auge na encarnação, anúncio da Boa Nova, paixão, morte e ressurreição de Cristo e a espera da segunda vinda de Cristo.
A liturgia é o lugar privilegiado para experimentar tais dimensões e realidade de nossa fé, pois nela, ouvimos a proclamação da Palavra de Deus que outrora falou pelos profetas e nos últimos tempos nos falou pelo seu Filho (cf. Heb 1,1-3), celebramos também os feitos salvíficos operados por Deus em Jesus, não no sentido de olhar para o passado como um acontecimento longínquo da comemorar, mas como memorial que se faz presente no mistério celebrado no presente que prospecta para a eternidade, para o eterno de Deus. Neste sentido, o ano litúrgico, segundo Sacrosanctum Concilium n. 102: «Distribui todo o mistério de Cristo pelo correr do ano, da Incarnação e Nascimento à Ascensão, ao Pentecostes, à expectativa da feliz esperança e da vinda do Senhor. Com esta recordação dos mistérios da Redenção, a Igreja oferece aos fiéis às riquezas das obras e merecimentos do seu Senhor, a ponto de os tornar como que presentes a todo o tempo, para que os fiéis, em contato com eles, se encham de graça».
O ano litúrgico tem seu início com o tempo de advento, que significa advir, vinda, que para nó, cristão tem o significado de vinda do Salvador, ou seja, vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, no advento celebramos a vinda de Jesus em Belém e, ao mesmo tempo, celebramos a espera da segunda vinda de Cristo nos finais dos tempos. Desse modo, vivemos a tensão escatológica “do já e ainda não”, do acontecimento salvífico.
No advento celebramos a vinda do invisível que se tornou visível à humanidade, pois o Verbo se fez carne e veio habitar entre nós (Jo 1,14). Pois, segundo o Catecismo da Igreja Católica n. 422: «Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus filhos adoptivos» (Gl 4, 4-5). Esta é a «Boa-Nova de Jesus Cristo, Filho de Deus»: Deus visitou o seu povo e cumpriu as promessas feitas a Abraão e à sua descendência (3) fê-lo para além de toda a expectativa: enviou o seu «Filho muito-amado».
A liturgia une a primeira vida e a expectativa da segunda vinda de Jesus no advento, assim somos chamados a sermos vigilantes na nossa vida de fé, que significa viver uma vida de oração para perseverar, mesmo diante das dificuldades na sequela Christi, renovando as energias a cada dia para preparar a vinda do Senhor que vem. O apelo que a liturgia faz no tempo do advento é que vivamos a esperança como dom e como alegria, pois o Senhor está conosco a exemplo de Maria, que diante da grandiosidade da vocação que era chamada tem a certeza, a partir das palavras do anjo, que o Senhor estava com ela (Lc 1,28).
Maria, por sua disponibilidade e abertura ao plano de Deus, tornou-se protótipo da esperança para toda humanidade, quando na ocasião da anunciação do anjo (cf. Lc 1,26-38) colabora com os planos de Deus recebendo em seu seio o autor da vida. Assim: «e quem mais do que Maria poderia ser para nós estrela de esperança? Ela que, pelo seu ‘sim’, abriu ao próprio Deus a porta do nosso mundo. Ela que se tornou a Arca da Aliança viva, onde Deus se fez carne, tornou-se um de nós e veio morar no meio de nós (cf. Jo 1,14)». (Spe Salvi, n. 49).Deste modo, pelo seu “sim”, Maria possibilitou a esperança dos milênios anunciada pelos profetas. E, como mãe, carregando o Deus da vida, não fica estagnada no seu canto, parte para ajudar e anunciar a boa notícia a sua prima (cf. Lc 1,39ss). Tornando-se com esse gesto a imagem da Igreja futura, «[…] que em seu seio leva a esperança do mundo pelos montes da história». (Spe Salvi, n. 50).
Comunicados:
– Dia 03 de dezembro – aniversário de ordenação sacerdotal de Pe. Maurício Kviatkosvski de Lima, parabenizamos pelo seu aniversário de ordenação sacerdotal e desejamos um abençoado e fecundo ministério.
– Dia 06 de dezembro – aniversário de ordenação sacerdotal do Pe. Vandir Santo Freo, parabenizamos pelo aniversário de ordenação e desejamos um fecundo e abençoado ministério sacerdotal.
– Neste dia 02 de dezembro chega a nossa Província o Superior Geral, Pe. Manoel Rosalino Pereira Rosa para fazer alguns tratamentos de saúde na Região dos Campos Gerais. Também estará conosco no Encontro Fraterno no início do Ano. Acolhamos em nosso meio, que seja muito bem-vindo.
Agradeço, de coração, a todas as orações e demonstrações de carinho pela minha mãe, Dona Semilda Diesel. É com profundo pesar que comunicamos seu falecimento, ocorrido no dia 01/12/2024, aos 74 anos, no Hospital Regional de Francisco Beltrão–PR.
O corpo será transladado para a cidade de Planalto, onde será realizada a celebração de corpo presente no dia 02/12/2024, em horário a ser definido pela família. Após a celebração, o cortejo seguirá para o sepultamento no Cemitério Municipal.
Em meio a essa dolorosa despedida, elevamos nossas orações por sua alma e pedimos que Deus conceda conforto e serenidade aos corações da família e de todos que partilham deste luto. Recebam nossas mais sinceras condolências e gratidão pelas preces e apoio.
Fraternalmente,
Padre Rogério Diesel, CSCh – Superior provincial