Momentos significativos da vida dos irmãos
Síntese cronológica da vida de Padre Antônio e Padre Marcos Cavanis - Parte 04
Publicado em 12/11/2014

Frase escrita pelos Fundadores.

Leia também: A primeira escola de Caridade (Parte 03)
 

Período: Desde o nascimento até a ordenação sacerdotal de Antônio. 


1772 - 16 de janeiro - Nasce em Veneza, Antônio Ângelo Maria Cavanis, filho do conde Giovanni Cavanis e da n.d. Cristina Pasqualigo Basadonna. É batizado na Igreja paroquial de S. Inês, aos 22 seguinte (Summ., p. XXVIII). 

1774 - 19 de maio - Nasce em Veneza, o irmão Marcos Antônio Pedro Maria Cavanis, que é batizado no dia 26 (ib.). 

1780 - 07 de junho - Antônio recebe pela primeira vez o sacramento da Penitência (ib.).

1780 - 30 de março - Marcos faz sua primeira confissão sacramental. Sucessivamente ambos os irmãos são encaminhados para receber os Sacramentos da Crisma e da Eucaristia. Antônio fará sua primeira Comunhão aos 16 de julho de 1782. Marcos aos 11 de setembro de 1785 (ib.). 

1787 - 9 de janeiro - Ambos fazem seu exame perante os Advogados de Comum, para adquirir o direito a um posto na chancelaria ducal (ib., p. XXIX). 

1789 - 28 de dezembro - Antônio é escolhido como secretário do Governador das Galeras, Benedito Trevisan. Durante este período nasce nele o desejo de se tornar religioso, mas o pai, não convencido de sua vocação, não lhe dá o consenso (ib., pp. XXIX-XXX). 

1790 - Novembro - Marcos passa da escola dos Dominicanos, que tinha freqüentado junto com o irmão, à do abade Antônio Venier, onde se destacará pela inteligência e virtudes (ib., p. XXIX). 

1793 - 23 de novembro - Morre o conde Giovanni; pouco depois Antônio obtém da mãe o consentimento de se tornar sacerdote (ib., p. XXX). 

1794 - Marcos se matricula na Irmandade dos pobres de sua paróquia (paróquia de Santa Inês) e terá muitas vezes cargos de direção. No mesmo tempo participará ativamente também de outras irmandades e associações piedosas (ib., p. XXXI). 

1795 - 21 de março - Antônio é ordenado sacerdote e formula o propósito: Deus "seja Ele só a minha riqueza e o meu bem agora e em eterno" (ib., p. XXXI). 

 

Período: Desde 1795 até o começo da Congregação Religiosa (1820). 

1796 - 20 de dezembro - Marcos é promovido para a Advocacia de Comum. Passará pois a outros ofícios, e, após a queda da república, ficará na carreira até fevereiro de 1806 (ib., p. XXXI). Antônio, entretanto, cuidará de aprofundar os estudos teológicos, e por isso, fundará em casa a Academia de Santo Tomás, na qual também o seu irmão Marcos participará (Summ., p. XXXII). 

1797 - Novembro - Antônio impulsionado pelo irmão, começa ensinando gratuitamente a um primeiro jovem, ao qual em pouco tempo se juntam outros. Ambos os irmãos irão descobrindo lentamente sua verdadeira vocação (ib.). 

1802 - 02 de maio - Incitado pelas insistências do irmão Marcos e após ter-se aconselhado com o pe. Luiz Mozzi, o pe. Antônio funda a Congregação Mariana na sua paróquia (Paróquia de Santa Inês). É o começo de toda a obra Cavanis. À nova fervorosa associação juvenil olhar-se-á desde logo como um exemplo estimulante, também fora de Veneza (ib., p. XXXIII). 

1804 - 2 de janeiro - Os dois irmãos abrem a primeira escola de caridade em Veneza. Assim, antecipando a instituição das escolas públicas, eles se empenham a tirar tanta juventude do ócio, do vício, da ignorância, para encaminhá-la a se tornar útil na sociedade e formá-la no amor e no temor de Deus com uma catequese aprofundada. Com sua escola, integrada pelo oratório (espaço para atividades recreativas e esportivas), eles - verdadeiros pioneiros - antecipam a esplêndida série de instituições educativas do século XIX (ib., p. XXXIV). 

1806 - 13 de fevereiro - Marcos veste a batina e se despede de seu ofício de funcionário: é quinta-feira de carnaval (ib.).

1806 - 16 de julho - Quase milagrosamente os Servos de Deus conseguem estipular o contrato de aquisição do Palácio Da Mosto que assegura um desenvolvimento prometedor à obra das escolas. Os tempos são difíceis e o pagamento vai ser para eles ocasião de um longo exercício de paciência, prudência e confiança na Providência (ib., p. XXXV). 

1807 - 29 de junho - O pároco - Paróquia de Santa Inês - é constrangido por uma nova lei civil a declarar abolida a Congregação Mariana. Mas já as escolas podem proceder regularmente e se desenvolver (ib., p. XXXVI). 

1808 - 26 de abril - Os Servos de Deus abrem uma casa de trabalho com uma tipografia para aqueles jovens que não pretendem continuar nos estudos (ib., p. XXXV). 

1808 - 10 de setembro - Abrem também uma casa de educação para as meninas pobres e abandonadas, confiando totalmente na Providência para a parte econômica (ib., p. XXXVI). 

1809-1810 - O pe. Antônio, freqüentando o Hospital dos Incuráveis para atender às confissões, no fim de 1809, contrai a gravíssima doença das convulsões, que lhe causará sofrimentos para toda a vida. Neste período o peso dos dois institutos cairá totalmente nos ombros de pe. Marcos (ib., p. XXXVII). 

1810 - 12 de maio - As meninas do instituto feminino mudam-se para o ex-convento do Espírito Santo, após uma longa série de convênios feitos por pe. Marcos com os ofícios governativos. À mudança estão presentes também o pe. Antônio e a bem-aventurada Madalena de Canossa, chamada por esta finalidade de encaminhar a instituição no novo ambiente (ib., p. XXXVI). 

1811 - 10 de setembro - O instituto feminino no ex-convento das Eremitas, em paróquia de São Trovaso (ib.). 

1812 - 15 de abril - Uma carta do prefeito transmite aos Cavanis um "atestado ministerial do governo itálico", com que são reconhecidos diretores de seu instituto e mestres das matérias que estão sendo ensinadas: desta maneira suas escolas se tornam públicas, com todos os efeitos (ib., p. XXXVII). 

1812 - 13 de junho - Os dois irmãos, pensando já no futuro da obra, pedem da autoridade diocesana a permissão de formar dois clérigos com esta finalidade. Mas as circunstâncias políticas e religiosas os convencem que é melhor adiar e esperar (ib.). 

1812 - 9 de novembro - Em seguida a uma nova lei sobre a imprensa são constrangidos a fechar a tipografia (Doc. VII, p. 237). 

1813 - Em colaboração, começam uma série de publicações a utilidade da juventude estudantil (ib., pp. 238-239).

1814 - 28 de maio - Sendo que Veneza passou definitivamente sob o domínio austríaco, os dois irmãos apresentam ao papa Pio VII um plano de duas novas congregações, uma de sacerdotes e a outra de mestras que se dediquem respectivamente à educação da juventude masculina e feminina. Os tempos porém não estão ainda maduros (Summ., p. XXXVIII). 

1818 - 27 de julho - Aceitando o convite do Patriarca, dom Francisco Maria Milesi, os Servos de Deus apresentam um novo plano das duas congregações, que, corrigido, será por eles levado ao governo. O imperador Francisco XVIV o aprova aos 19 de junho de 1819 (ib., p. 1819 - 16 de setembro - Decreto patriarcal que aprova a fundação das duas congregações (ib., p. XXXIX). 

1820 - 27 de agosto - O pe. Antônio deixa o palácio paterno para dar começo, numa pequena e velha casa adaptada por este fim, à Congregação das Escolas de Caridade. O pe. Marcos, embora obrigado a ficar em casa para assistir à mãe com a saúde bastante debilitada, continua colaborando intensamente com ele. Entretanto uma grave tempestade está para abater-se sobre as escolas, que, com a reforma escolástica do governo, correm o risco de ser retrocedidas ao nível de particulares. Sendo que as conseqüências se prevêem pesadas para os alunos, e se teme uma forte diminuição deles, os Servos de Deus lutam para impedir tamanho prejuízo (ib.).

 

Período: Do começo da Congregação à morte dos Servos de Deus. 

1822 - 19 de novembro - O pe. Marcos parte para Verona, para defender as escolas perante o Imperador. Mas são fadigas inúteis (ib., p. XL). 

1823 - 4 de setembro - O pe. Marcos adoece gravemente, esmagado pelas muitas fadigas e preocupações (ib., p. XLI). 

1823 - 17 de novembro - A régia delegação comunica a ordem "que as escolas quer sejam elementares ou ginasiais se devem exercer de forma privada". A amargura dos Servos de Deus é grande, mas não menores são sua resignação e confiança em Deus: "Adoramos as divinas disposições", escreve o pe. Marcos, também em nome do irmão (ib.). 

1828 - 8 de março - Nos sofrimentos destes anos os Servos de Deus têm a extraordinária consolação de receber uma carta de louvor por parte do Papa Leão XII (ib., p. XLII). 

1831 - 13 de agosto - Outra carta de estima e encorajamento de Gregório XVI. Comovidos e confundidos eles escrevem ao Papa: "Nós nos humilhamos até o chão para agradecer ao Senhor pela inestimável graça com que sem mérito algum fomos favorecidos" (ib.). 

1833 - 3 de fevereiro - O pe. Marcos, acompanhado pelas orações dos religiosos e os conselhos do irmão, parte para Viena, para defender a causa das escolas perante o Imperador. Não alcança, porém, sucesso em seu plano. As disposições governamentais que se sucedem acabam convencendo os dois irmãos que não poderão obter o reconhecimento público de suas escolas, se não intervir antes a aprovação da Congregação por parte da Santa Sé (ib., p. XLII). 

1833 - Abril - Encaminha-se aos Cavanis o projeto da fundação de uma nova casa em Lendinara, perto de Rovigo. Eles aceitam, mas logo irão reparar que têm de relacionar-se com um homem instável e capcioso que lhes irá exigir muita paciência. Enfim, aos 6 de março de 1834, poderão abrir a nova casa do Instituto (ib.). 

1835 - 11 de fevereiro - O pe. Marcos começa sua viagem para Roma a fim de obter a aprovação pontifícia da Congregação. Ficará lá por seis meses, durante os quais encontrará ocasiões de trabalhar e sofrer muito, mas também de gozar de grandes satisfações espirituais. O pe. Antônio, entretanto sofrerá muito também: pela saúde vacilante, para completar a elaboração das Constituições, e sobretudo por se achar com pontos de vista diversos dos do irmão (ib., pp. XLV-XLVI)

1835 - 21 de agosto - Gregório XVI aprova a nova Congregação das Escolas de Caridade para os jovens (ib.). 

1835 - 3 de novembro - Em conseqüência de uma disposição governativa que obrigava também os meninos da primeira e segunda série do Instituto a fazer os exames semestrais públicos e pagar 4 florins por ano, os Servos de Deus, com ato corajoso, suspendem as duas classes para o ano 1835-1836 e recorrem à mediação do Patriarca card. Jacopo Monico (ib., p. XLVII). 

1836 - 18 de novembro - As autoridades escolásticas aceitam enfim, os argumentos dos Cavanis e neste dia assina-se a ata para a abertura das duas classes como escola pública comunal (ib.). 

1838 - 16 de julho - Superadas as dificuldades opostas pelo governo, o Patriarca faz a solene ereção canônica da Congregação. O pe. Antônio assume o cargo de superior que terá por 14 anos, dando a todos exemplos luminosos de caridade cuidadosa, doçura, energia, serenidade de espírito e grande união com Deus. O pe. Marcos se torna seu vigário (ib., p. XLVI). 

1839 - 8 de agosto - Após uma segunda viagem de pe. Marcos a Viena e outra a Milão, feitas em 1838, após recursos, audiências e relações, finalmente a fé e a constância de ambos são premiadas: a direção geral dos ginásios comunica que com resolução soberana de 25 de junho, o Ginásio Cavanis é reconhecido como público (ib., p. XLVIII). 

1841 - 12 de outubro - Falta ainda o reconhecimento do estudo filosófico e teológico dos clérigos do Instituto. Tornando-se inúteis seja uma viagem de pe. Marcos a Milão (1840) sejam outras súplicas e relações, os dois irmãos decidem uma última viagem de pe. Marcos a Viena. Lá, com a mediação da Imperatriz Maria Ana, as dificuldades se aplanam e aos 4 de dezembro a áulica comissão dos estudos dá sua aprovação. O pe. Marcos volta feliz; mas para o estudo teológico os Servos de Deus terão ainda de lutar com a burocracia governativa (ib., pp. XLVIII-XLIX). 

1846 - 19 de agosto - O governo comunica que a áulica comissão dos estudos concede de pôr em atividade o estudo doméstico de teologia (ib.). 

1848 - 17 de março - Deflagra a revolução contra a dominação austríaca (ib., pp. XLIX-L).

1848 - 10 de dezembro - O pe. Antônio, considerando a sua condição de saúde, e a cegueira avançada, nomeia secretamene o pe. Vitório Frigiolini, provincial para depois de sua morte. O pe. Marcos lavra o documento e depois o guarda secretamente (ib., pp. LIII-LIV). 

1850 - 5 de novembro - Com 76 anos de idade o pe. Marcos empreende sua última viagem a Milão, onde lhe interessa fazer que o Instituto seja conhecido e obter pelo menos uma parte do legado do conde Giacomo Mellerio (ib., p. LII). 

1851 - Fevereiro - O pe. Antônio adoece gravemente e o patriarca card. Jacopo Monico se obriga a visitá-lo. O Servo de Deus recupera-se, mas a queda das energias físicas é acompanhada pela das faculdades mentais, com um agravamento lento, mas progressivo. Ele não é mais apto para o cargo de superior (ib., p. LIV). 

1852 - 5 de julho - Com a ajuda de pe. Marcos ele se demite do cargo. Na carta de demissão enviada ao novo patriarca de Veneza, Mons. Angelo Mutti, pede "que por sua maior tranqüilidade, V. E. digne-se consolá-lo com uma declaração que o considere isento de toda responsabilidade no governo até agora sustentado". No seu lugar seria nomeado o jovem sacerdote pe. Vitório Frigiolini, que infelizmente, morrerá após alguns meses. Suceder-lhe-á o pe. Sebastião Casara (ib.). 

1851-1852 - Também as forças de pe. Marcos vão rapidamente declinando: multiplicam-se os distúrbios, progride a cegueira e enfim, a mente começa a perder aquela lucidez que tinha sido um dos seus dotes humanos mais característicos (ib., pp. LII-LI11). 

1853 - 9 de outubro - Pe. Marcos é atingido pela paralisia. O pe. Casara acorre e diz "que não articulava mais palavra e fazia atos de muita piedade, querendo se colocar de joelhos na cama, de braços abertos rumo à imagem de Maria". O moribundo recebe com visível reconhecimento a absolvição sacramental e a Extrema Unção (ib., p. CL). 

1853 - 11 de outubro - O pe. Marcos morre e a notícia comove toda a cidade. "A fama de sua santidade - escreve o pe. Casara - é universal e profunda". O pe. Antônio, por sua parte, "se comporta como um santo", escreve ainda o pe. Casara (ib., p. LIV, CL). 

1853 - 14 de outubro - O funeral é um comovido testemunho da fama de santidade que circundava pe. Marcos. "Havia uma calma, um silêncio, uma reverência - escreve o pe. Casara - como para um santo". O corpo foi sepultado temporariamente no cemitério da cidade. Aos 5 de setembro de 1854 será transladado solenemente à Igreja de S. Inês, reaberta ao culto por mérito, sobretudo, do Servo de Deus (ib., p. CLI). 

1854-1858 - Neste período o pe. Antônio fica freqüentemente imerso em confusões de mente, alternadas com, sempre mais raros intervalos de lucidez. Esta lucidez é mais destacada para as coisas espirituais (ib., p. LV). 

1858 - 16 de janeiro - O pe. Antônio entra na fase final de seus sofrimentos. Aos 24, pode se confessar e receber os últimos sacramentos. Seu confessor, pe. Giancarlo Brighenti O.P. estava muito comovido e chorava. Por dois dias o Servo de Deus conservou uma lucidez de mente maravilhosa, sempre demonstrando-se - escreve ainda pe. Casara - "o homem santo, o homem todo de Deus" (ib., pp. CLI-CLII). 

1858 - 12 de março - O pe. Antônio morre. Uma procissão devota acorre a visitar o cadáver. É surpreendente a confiança com que o circundavam os jovens. É voz comum: "morreu um santo, vamos ver o santo" (ib.). 

 

Conteúdo extraído do livro: Carisma e Espiritualidade dos Veneráveis irmãos Antônio e Marcos Cavanis - Documentação da Causa de Beatificação dos Fundadores.











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